Planejando Estrategicamente na Pequena Empresa
Muitos dizem que planejamento estratégico é para “empresa grande”. Essa afirmação não é verdadeira. Você é um exemplo disso. De tudo que você conquistou grande parte foi resultado de suas metas, objetivos e estratégias usados em sua vida. Quando criança provavelmente você se perguntava: “O que serei quando crescer?” Com a empresa não é diferente, talvez um pouco mais complexo e trabalhoso de se fazer. Saiba que “tarde” é diferente de “tarde demais” e sempre é possível planejar o futuro do empreendimento. Estamos em uma ocasião propícia para refletirmos sobre isso, o final de mais um ano. Quero focar em duas premissas que podem levar o negócio ao sucesso ou ao fracasso. Claro que outros fatores devem ser considerados e são importantes no Planejamento Estratégico, mas esses aqui abordados, ao meu ver, merecem atenção redobrada.
A Primeira Premissa: Metas e Objetivos
Muitos empresários não tem um objetivo específico, detalhado e colocado no papel em relação ao futuro de seu negócio.
Algumas perguntas para reflexão:
Qual é o mapa para o sucesso de meu negócio? Onde quero chegar? Qual o caminho a ser percorrido?
Quais os desafios? As dificuldades? Como enfrentar e vencer essas dificuldades?
Como eu quero que esteja o meu negócio daqui a quinze anos? Dez anos? Dois anos? O que deverei fazer amanhã para alcançar a meta traçada para daqui a dez anos?
Definidas as metas estratégicas de curto, médio e longo prazos estas devem ser detalhadas nos níveis táticos e operacionais. Os planejamentos táticos e operacionais não abordaremos nesse texto. É importante saber qual o ponto de partida, ou seja, qual a situação atual da empresa e onde se quer chegar para assim traçar uma boa estratégia.
As metas devem ser:
- Específicas
- Mensuráveis
- Atingíveis
- Relevantes
- Temporais.
Exemplos de perguntas para reflexão e criação do plano estratégico
- Em quanto quero aumentar o faturamento de minha loja no próximo ano em relação a 2018? Objetivo: Aumentar o faturamento anual em 30%. (específica)
- Quantos novos clientes quero ter? Incremento de 30% na atual carteira de clientes. (Atingível)
- Qual o percentual de lucro adicional quero ter daqui a doze meses? Quero ter aumento de 10% no lucro líquido em 2019. (relevante)
- Quantos novos funcionários precisarei contratar para atender a expansão das operações no negócio? 5 Funcionários. (mensurável)
- Quando poderei abrir a primeira filial? Em 2021. (temporal)
Gerenciamento das Metas
É importante dividir as grandes metas em partes menores para que sejam medidas, gerenciadas e alcançadas. Um Plano de Ação deve ser criado para garantir a execução do que foi planejado e medir os avanços alcançados e ajustes necessários durante o andamento da execução. Importante ressaltar que tais metas podem ser revistas, alteradas, canceladas ou substituídas com o passar do tempo e de acordo com as circunstâncias sempre com base em análise criteriosa e constantemente reavaliada.
Planejamento do Futuro
Infelizmente muitos empresários focam apenas o momento atual, preocupando-se no máximo com os meses seguintes. Não planejam o futuro a curto, médio e longo prazos. Eles não possuem um mapa detalhado de onde querem chegar e o que precisarão de ferramentas, conhecimentos, investimentos e recursos humanos e materiais para fazer isso acontecer. É preciso ter sonhos, transformar esses sonhos em metas e buscar a realização dessas metas de forma organizada e estruturada. Ninguém começa grande, mas certamente quem cresce é porque pensa grande. Um exemplo disso é a Microsoft que foi gerada na garagem de uma casa e hoje é uma potência global. Conheça a história de nove empresas que começaram na garagem, dentre elas a DELL, Amazon.com, HP e Sony. Saiba mais em: 9 EMPRESAS QUE NASCERAM NUMA GARAGEM.
Muitas vezes o empreendedor não almeja ser o protagonista em seu ramo de atuação, pensa em ser apenas um simples concorrente, um coadjuvante. Trata as questões do cotidiano conforme elas aparecem sem preocupar-se em tentar prever e criar o futuro. Lair Ribeiro diz: “Se você não criar o seu futuro alguém vai criá-lo para você talvez da forma que você não goste” Dr. Lair Ribeiro – Criando Seu Futuro. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=90H8lG4q1R8 >. Acesso em: 06 dezembro 2018.
A Segunda Premissa: Função do Empresário no Negócio
“Qual é a função principal do empreendedor na gestão do negócio?” Muitos vão responder que é fazer o negócio acontecer. Correto. Mas como? De que maneira deve o empreendedor fazer isso? Usando uma boa gestão e uma boa estratégia! Então vamos começar consultando o dicionário on line Michaelis: “Estratégia: Arte de utilizar planejadamente os recursos de que se dispõe ou de explorar de maneira vantajosa a situação ou as condições favoráveis de que porventura se desfrute, de modo a atingir determinados objetivos.”
Para que sua empresa cresça é necessário que exista uma gestão voltada para isso, ou seja, para o desenvolvimento de uma boa estratégia para o negócio. Você está executando bem esta função? Sim certamente esta função cabe a você proprietário do negócio. Ninguém vai fazer isso por você. Além disso, é preciso ter cuidado e acompanhar e medir os resultados das ações propostas para não incorrer em erros que podem levar o negócio ter prejuízos. Vide o caso recente da gigante Netshoes que passa por dificuldades devido a um erro de estratégia.
Dedicação de Tempo do Empresário ao Planejamento Estratégico
Infelizmente o que impede muitas vezes o crescimento do negócio é o fato de o dono dedicar-se apenas ou a maior parte do tempo às questões operacionais. Ele não dedica tempo adequado para o planejamento estratégico e não tem metas e objetivos bem determinados e específicos. Geralmente está a maior parte do tempo atarefado fazendo os processos operacionais “rodarem”, na “correria” tentando “apagar incêndios”, trabalhando em tarefas repetitivas e corriqueiras, como atender os clientes. Imagine, por exemplo, o Sílvio Santos conferindo se os camarins dos estúdios estão em perfeita ordem. Já imaginou a dona do Magazine Luiza, Helena Trajano, atrás do balcão atendendo clientes? Conclusão: Conforme o porte de sua empresa, situações excepcionais, momentos específicos e alguns outros fatores, você terá sim que dedicar parte de seu tempo ao operacional, mas não todo ou maioria dele. Quanto mais a empresa crescer mais tempo deverá ser investido com as questões estratégias.
Como resolver o dilema de o empresário dedicar tempo às atividades operacionais do negócio?
Primeiramente o empresário deve usar o mínimo possível de tempo em atividades operacionais. O foco deve ser as ações estratégicas afinal de contas enquanto o “cérebro da empresa” não pensar em soluções, oportunidades e formas de crescimento, o negócio não prosperará. Pensar como fazer crescer o negócio deve ser sempre uma prioridade. Definitivamente uma boa parte de seu tempo deve ser dedicado a isso. Certamente no momento em que o empresário passa a pensar de maneira estratégica as chances de crescimento de seu negócio, ou mesmo reverter uma situação desfavorável tornam-se muito maiores. Existem empresas que ganham muito dinheiro, mas não se preparam para enfrentar novas tecnologias, novos concorrentes, nova exigências do mercado e em algum momento sofrerão as consequências, inclusive risco de ir à falência por falta de observação dos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças que impactam positiva ou negativamente o negócio e seu ambiente de atuação.
Avaliar a substituição do empreendedor nas tarefas operacionais e repetitivas
É importante avaliar sempre a possibilidade de contratação de mão-de-obra para deixar tempo livre ao empresário para que ele exerça esse papel de planejamento estratégico. Assim, deve sempre ser avaliado quanto custa a “hora do empresário” e quanto de dinheiro ele pode gerar ou economizar pensando em soluções para o negócio. Será que vale a pena investir em contratar um colaborador para uma atividade repetitiva e não complexa e ter de volta o valor investido obtendo novos clientes, negociando melhor com fornecedores ou cuidando com mais atenção de áreas críticas da empresa como Marketing ou vendas? Enquanto está ocupado com atividades repetitivas, que não requerem alta qualificação e capacitação, o empreendedor deixa de lado grande oportunidade de pensar como promover o crescimento do negócio. E nesse contexto temos que citar também que o empreendedor deve sempre buscar capacitação e novos conhecimentos por meio de cursos, palestras, seminários etc.
Qualificação x Dificuldade:
No quadro acima vemos os níveis 1 e 2 para qualificação e para dificuldade das atividades da empresa. Importante observar que o ideal é o empresário ficar com a maior parte do tempo, se não todo este tempo, nas atividades de maior qualificação e maior dificuldade (quadrante 4). No quadrante 1 não é interessante a participação do empresário, exceto em situações especiais e específicas. Atividades que exigem baixa qualificação e baixa dificuldade devem ser delegadas a outras pessoas.
Recomendação de Ferramentas:
Recomendo um livro e uma planilha que podem ajudar o empreendedor a formular um planejamento bem estruturado e que ajudarão na busca do crescimento do negócio e na sua sustentabilidade.
- Planilha de Planejamento Estratégico em Excel 4.0 da Luz Planilhas Empresariais. Ela ajudará você a conseguir manter o foco do seu negócio e acompanhar se o seu plano está funcionando através de metas e planos de ação. Automaticamente, você receberá relatórios demonstrando o que está certo e onde você precisará melhorar! Saiba mais em: https://luz.vc/#a_aid=5b368b3b76926
- As 16 Leis do Sucesso Napoleon Hill – Jacob Petry – Curso prático que reúne as 16 poderosas lições que são as bases de toda filosofia de Napoleon Hill, o maior gênio na área da realização pessoal e psicologia aplicada de todos os tempos. Incontáveis milionários, líderes e grandes personalidades do mundo inteiro atribuem seu sucesso à aplicação prática dos princípios elaborados por Hill. Saiba mais: http://compre.vc/v2/344b3330429
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Boa sorte e bons negócios!